18 de Abril de 2025,10h00
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Especialistas em gestão de resíduos e organizações ambientais apontam que padronizar as embalagens pode ser uma das medidas mais eficazes para aumentar as taxas de reciclagem no Brasil.
O ideal seria definir cores neutras e materiais simples, com menos variações químicas, fatores que favorecem tanto a triagem manual quanto a mecanizada.
Isso porque, com a diversidade de formatos, tintas, pigmentos e combinações de plástico, papel e alumínio, parte significativa das embalagens acaba fora do ciclo de reciclagem.
Afinal, além de dificultar a separação, a mistura de materiais compromete a qualidade do insumo reciclado e reduz o valor comercial do que poderia ser reaproveitado.
Na prática, nas cooperativas de catadores, esse cenário se traduz em perda de tempo, aumento de contaminação e descarte de embalagens em aterros sanitário que, tecnicamente, poderiam ser recicladas.
Em resumo, a simplificação dos materiais facilita o trabalho nas centrais de triagem e melhora a eficiência das cadeias de logística reversa.
Isso sem contar que além do ganho operacional, a padronização também contribui para a educação ambiental. Embalagens padronizadas tornam mais fácil para a população entender o que é reciclável e facilitam a comunicação.
Projetos de lei como o PL 343/25, em tramitação no Congresso, propõem regras nacionais para padronizar embalagens plásticas, de vidro, papel e papelão, com prazos de transição e exceções técnicas previstas.
A medida encontra resistência de setores da indústria, mas tem apoio crescente de ambientalistas, gestores públicos e organizações de base.
Para nós aqui no Recicla, que acreditamos em dados e evidências na construção de políticas públicas eficientes no contexto da crise mundial do lixo, a padronização aparece como uma solução estratégica para destravar gargalos e fortalecer a economia circular no país.
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