29 de Abril de 2025,10h00
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O plástico, um dos materiais mais usados no mundo, leva centenas de anos para se decompor, isso todo mundo já sabe.
Mas o que muita gente ainda não sabe é que boa parte das embalagens plásticas mais vendidas no Brasil não tem ou tem baixíssima reciclabilidade.
Isso quer dizer que apesar de recicláveis em teoria, eles não recicladas na prática e acabam sempre em lixões clandestinos, em aterros sanitários e no meio ambiente.
O caso das embalagens de BOPP (Polipropileno Biorientado), o mais emblemático, expõe um dos maiores gargalos da gestão de resíduos no país.
Mesmo com o uso intensivo pela indústria alimentícia, o material não interessa para as cooperativas de reciclagem no Brasil, com exceção de um projeto piloto que existe na capital paulista.
A combinação de diferentes plásticos, pigmentos e camadas metalizadas dificulta a separação e inviabiliza o reaproveitamento econômico.
Para se ter uma ideia, as estimativas são de 500 anos para a decomposição completa no meio ambiente.
Outro caso muito representativo são os talheres plásticos descartáveis, ainda comuns em eventos e estabelecimentos.
Eles levam de 200 a 400 anos para desaparecer, mas possuem pouco valor de mercado e raramente são reaproveitados.
E não podemos deixar de citar também as garrafas PET.
É verdade que a cadeia nacional vem se estruturando nos últimos anos, mas a reciclabilidade do material ainda é insuficiente para o tamanho do impacto ambiental da embalagem, que está entre as mais encontradas nos ecossistemas terrestres e aquáticos.
Em resumo, a falta de padronização, o excesso de misturas químicas e a baixa valorização de determinados plásticos reforçam a necessidade de políticas públicas mais rigorosas e de uma mudança no padrão de consumo.
Sem ações efetivas, o plástico continuará deixando sua marca secular no planeta.
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