24 de Novembro de 2025,10h00
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Reciclar uma garrafa PET, uma caixa de papelão ou qualquer outro resíduo sólido significa mais do que evitar o acúmulo de lixo nas cidades e a contaminação dos oceanos.
Para a ciência, trata-se de uma estratégia ambiental decisiva: estudos internacionais apontam que a reciclagem tem potencial para mitigar de 15% a 25% das emissões globais de carbono, impacto considerado expressivo diante da urgência climática.
Mesmo assim, o tema ocupa posição modesta na programação da COP30, realizada em Belém (PA).
Dos 286 painéis, apenas cinco discutiram o reaproveitamento de materiais e sua contribuição efetiva para a redução das emissões.
Especialistas veem o número como um sinal de que a agenda climática ainda subestima soluções estruturantes e de baixo custo.
Em um momento em que governos e empresas são pressionados a apresentar resultados concretos na redução de emissões, a baixa presença do tema nos debates oficiais ressalta a necessidade de reposicionar a reciclagem no centro das políticas climáticas.
A experiência de países que já tratam os resíduos como ativos econômicos e ambientais demonstra que investir em coleta seletiva, reciclagem e economia circular produz benefícios diretos: reduz a pressão sobre ecossistemas, diminui a demanda por matérias-primas virgens, gera empregos e fortalece cadeias produtivas locais.
A COP30, marcada como uma das edições mais simbólicas das negociações globais, poderia servir como palco para ampliar essa agenda.
Mas, ao dedicar atenção limitada a um dos instrumentos mais versáteis da transição verde, deixa evidente um desafio persistente: reconhecer que reciclar, antes de tudo, é uma forma concreta de salvar o planeta e não apenas de manter as ruas limpas.
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