23 de Maio de 2025,10h00
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O Brasil apresenta avanços pontuais, mas ainda enfrenta obstáculos importantes na consolidação da economia circular.
Dados de instituições como Cempre, Abipet, Abividro e FGV mostram que os índices de reciclagem variam bastante entre os principais materiais, com destaque absoluto para o alumínio, que já atinge taxa de 100%.
No caso das latinhas de alumínio, o país é líder mundial. A reciclagem desse material é economicamente viável, altamente estruturada e integrada à cadeia produtiva nacional.
Em seguida, aparece o papel, com taxa de 58,1%, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE). O papel continua entre os resíduos mais valorizados, especialmente para as cooperativas.
Já o desempenho da garrafa PET, com taxa de 53%, permanece acima da média mundial. O dado é da Abipet (Associação Brasileira da Indústria do PET) e revela um mercado em expansão, mas que ainda sofre com a informalidade e a falta de coleta seletiva.
No entanto, os plásticos em geral apresentam índice mais baixo: 23,4%, conforme levantamento do Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem). Esse número reflete não apenas os desafios de logística reversa, mas também a questão dos plásticos de uso único.
O vidro, embora 100% reciclável, alcança apenas 25,8% de reaproveitamento. A Abividro (Associação Brasileira das Indústrias de Vidro) atribui esse índice a questões de transporte e à ausência de incentivos logísticos.
Já as embalagens longa vida (Tetrapak) têm reciclagem em 39,1% dos casos, segundo dados do Cempre, que apresentam avanço técnico e com potencial para crescimento.
Especialistas apontam que, apesar de alguns bons exemplos, o país ainda carece de políticas públicas mais robustas, infraestrutura de coleta eficiente e educação ambiental contínua.
A disparidade entre os materiais recicláveis expõe gargalos econômicos e estruturais, além da falta de integração entre municípios, empresas e catadores.
Ampliar os índices de reciclagem exige estímulo fiscal, rastreabilidade dos resíduos e valorização da cadeia informal, com foco na geração de renda, redução da poluição e diminuição da pressão sobre os recursos naturais.
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