05 de Janeiro de 2023,13h00
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O que é e como funciona um Aterro Sanitário? E qual a diferença entre aterros e lixões? Essa são perguntas muito frequentes dos seguidores do Recicla Sampa.
Bom, de saída, aterros sanitários são obras complexas de engenharia para a destinação ambientalmente correta dos resíduos.
São grandes áreas preparadas tecnicamente para receber diariamente o material não reciclável gerado nas cidades.
“Você impermeabiliza o solo que vai receber o líquido, tem a captação de gases e a captação de chorume”, explica a equipe da Loga, uma das concessionárias de coleta de resíduos domiciliares e de saúde da cidade de São Paulo.
Aqui na capital, todo lixo comum produzido em nossas residências vai para os Aterros Sanitários.
Quando o caminhão chega ao aterro, ele é pesado em uma balança e descarrega. Com o uso de tratores inicia-se o processo de espalhar e compactar o lixo em camadas no terreno, que posteriormente será coberto por terra. Isso evita mal cheiro, insetos e animais.
Quando começa a se decompor, o lixo gera chorume, líquido escuro e produzido pela decomposição da matéria orgânica depositada, que será drenado e tratado para garantir a proteção ambiental, evitando a contaminação do solo e, principalmente, do lençol freático.
O tratamento do chorume é feito pela Sabesp, que recebe o líquido para efetuar o processo de separação da água e do lodo. A água é tratada e reutilizada e o lodo é destinado aos aterros sanitários por caminhões contratados pela Sabesp.
A Central de Tratamento de Resíduos Leste, um dos dois aterros sanitários de São Paulo, faz o encaminhamento do chorume através do que eles chamam de emissários (tubulações específicas para transporte do líquido) ligados diretamente às duas estações de tratamento da Sabesp – a Estação Barueri e a Estação de Tratamento de Esgoto Parque Novo Mundo.
Já no segundo aterro, a Central de Tratamento e Valorização Ambiental, não há tubulações ligadas diretamente à Sabesp e o líquido é enviado através de caminhões pipa, coletados em plataformas de bombeamento.
A decomposição do lixo também produz gases, entre eles o gás metano, um dos mais poluentes, que são coletados e queimados dentro da Estação de Queima de Biogás, localizada nos aterros, onde o gás metano é destruído para evitar a poluição do meio ambiente.
Parte do biogás gerado nos aterros sanitários também é captado e destinado à usina termelétrica movida a biogás, onde o gás metano, decorrente da decomposição dos resíduos orgânicos, é utilizado como combustível para geração de energia elétrica.
No caso de lixos hospitalares, industriais e de construção existem aterros sanitários específicos e de administração privada que recebem o que foi coletado.
Lixões são nocivos para o meio ambiente e um perigo para a população. Os resíduos contaminam o solo, produzem gases tóxicos e aumentam os riscos de proliferação de doenças.
Segundo um relatório da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), dos 5.570 municípios brasileiros aproximadamente 3 mil ainda descartam seu lixo urbano em lixões e aterros irregulares.
Infelizmente, mais de uma década depois da promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), o país ainda apresenta alto índice de destinação incorreta do lixo, apesar do crescimento das taxas de reciclagem.
A PNRS tinha como objetivo zerar os aterros irregulares no Brasil até 2014, mas as metas acabaram continuamente prorrogadas. Para piorar, esses espaços passaram a receber ainda mais lixo.
Apresentado no ano passado, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) promete resolver a questão e tem a meta de acabar com os lixões brasileiros nos próximos dois anos.
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